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Investimentos em logística vão reduzir custos e facilitar escoamento da produção agropecuária, avalia vice-presidente da CNA

O Programa de Investimentos em Logística (PIL) 2015-2018 poderá ampliar a competitividade do setor produtivo brasileiro, reduzir os custos logísticos e diversificar os modais de transporte para o escoamento da produção. A avaliação é do vice-presidente diretor da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José Mário Schreiner, que esteve nesta terça-feira (9/6), no lançamento da segunda etapa do PIL, no Palácio do Planalto, em Brasília, pela presidente Dilma Rousseff.

A nova fase do programa prevê investimentos de R$ 198,2 bilhões para concessões nos próximos anos em rodovias (R$ 66,1 bilhões), ferrovias (R$ 86,4 bilhões), portos (R$ 37,4 bilhões) e aeroportos (R$ 8,5 bilhões). No programa, estão previstas a melhoria e a ampliação das malhas rodoviária e ferroviária, além de novos arrendamentos e a construção de Terminais de Uso Privado nos portos. O PIL contempla, diretamente, 20 estados e 130 municípios.

“Temos que avaliar de forma positiva, pela possibilidade de mais investimentos em infraestrutura no país. Todo programa com esta finalidade é sempre bem vindo. A cada cinco anos, nós gastamos uma safra para escoar nossa produção. Mas é claro que existe um tempo entre o anúncio e a efetivação das obras e essa efetivação deve começar o quanto antes”, avaliou Schreiner. Ele ressaltou, no entanto, que o país precisa utilizar também as hidrovias, modal de transporte mais barato, principalmente para matérias-primas e produtos de menor valor agregado.

A nova etapa do PIL vai contemplar obras consideradas fundamentais para a produção agropecuária, de modo que a infraestrutura acompanhe o crescimento do setor, com maior participação do setor privado. De 2000 a 2014, a produção de grãos, por exemplo, cresceu 130%. No caso das rodovias, a assessora técnica de infraestrutura e logística da CNA, Elisângela Lopes, destacou, entre outros pontos, os investimentos do Programa em rodovias que ligam principalmente o Mato Grosso ao Norte do país.

“O PIL vai permitir o escoamento da produção de Mato Grosso aos portos do Arco Norte para desafogar os portos do Sul e Sudeste”, enfatizou. Entre as obras mencionadas por ela, estão os investimentos na BR-364, no trecho que vai de Comodoro (MT) a Porto Velho (RO). “É um trecho que precisa de duplicação, de melhor sinalização e de contornos urbanos devido ao fluxo de caminhões”. Outro trecho importante é referente à BR-163, ligando Sinop (MT) ao Porto de Miritituba (PA).

Na parte das ferrovias, um dos pontos considerados fundamentais no novo PIL é a garantia do direito de passagem, operação na qual uma concessionária detentora de determinado trecho permite que outra empresa trafegue em sua malha ferroviária, independente do produto a ser transportado, mediante compensação financeira. “Queremos o livre acesso dos usuários aos trechos que serão concessionados”, afirmou José Mário Schreiner. Este mecanismo promove a livre concorrência e a redução dos custos logísticos, quebrando o monopólio de empresas que operam em alguns trechos deste modal.

Ela considerou dois trechos da ferrovia Norte-Sul de extrema importância para a produção. O primeiro vai de Palmas (TO) a Anápolis (GO) e o segundo de Açailândia (MA) a Barcarena (PA), onde está o porto de Vila do Conde, localizado no Complexo Portuário de Belém. Outro trecho considerado fundamental dentro da nova etapa do PIL liga Lucas do Rio Verde (MT) a Miritituba (PA).

Em relação aos portos, o novo PIL prevê 50 novos arrendamentos, a construção de 63 novos TUPs e 24 renovações antecipadas de arrendamentos. Além de ampliar a capacidade operacional, principalmente dos portos do Arco Norte (regiões Norte e Nordeste), os investimentos poderão facilitar o escoamento da região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Entre os portos do Arco Norte contemplados na nova etapa do PIL estão: Vila do Conde (PA), Santarém (PA), Manaus (AM), Itaqui (MA), Santana (AP), Suape (PE) e Aratu (BA).

Fonte: CNA