Alta de 12,6% no custo do algodão
O mais recente levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) sobre o custo de produção do algodão para a safra 2015/2015 prevê aumento de 12,6% em relação ao do ciclo atual, para o valor recorde de R$ 7.560,46 por hectare, o maior da série histórica. Segundo os técnicos do Imea, os maiores gastos se devem à alta de preços dos insumos.
Mesmo com a queda de demanda, provocada pela retração da área plantada, as cotações dos insumos sobem impulsionadas pelo dólar. Os técnicos observam que até o momento o dólar médio para os custos da safra 2015/16 está em R$ 2,76 e continua se mantendo em elevação ante as safras anteriores. “É crucial (para os produtores) se atentar aos movimentos de queda cambial, mesmo que sutis, para fechar custos”, dizem eles.
As projeções do Imea mostram que somente as despesas com o custeio das lavouras na próxima safra, que começa a ser semeada a partir de novembro, devem atingir R$ 5.142,88/hectare, valor 15,4% superior ao da safra passada e 29,8% acima do ciclo 2013/2014. O Imea calcula que os gastos com defensivos, que somam R$ 2.928,29/arroba, subirão 21,4% em relação à safra atual, com destaque para os herbicidas (mais 25,7%) e inseticidas (mais 19,7%).
O custo variável, que inclui também os gastos pós-colheita, impostos, assistência técnica e financiamento, é estimado para 2015/2016 em R$ 7.149,28/hectare, em alta de 13,1% em relação aos R$ 6.322,26/hectare da safra atual. Os técnicos do Imea observam que levando em conta os gastos atuais e uma produtividade de 103,25/arroba em Mato Grosso, o produtor precisa negociar a pluma a um preço de equilíbrio de R$ 61,23/arroba para cobrir tais custos.
Entretanto, dizem os técnicos, a realidade preocupa, pois o valor médio da paridade julho/2015 encontra-se em R$ 58,25/arroba. “Esse spread indica que os preços praticados para o período estão em média R$ 3,00/arroba abaixo do necessário para salvar o produtor de margens negativas.”
Nas negociações para o final deste ano o cenário continua pouco animador, “embora sutilmente melhor”. Eles observam que a paridade dezembro/2015 é R$ 63,40/arroba, o que possibilita margem positiva em R$ 2,17/@, “mas muito apertada”. No caso da 2015/2016, em que se estimam custos ainda maiores, o ponto de equilíbrio considerado é de R$ 69,24/arroba. “Espera-se uma melhor situação de mercado, principalmente externo, porém não a ponto de trazer margens confortáveis”, afirmam os técnicos do Imea.
Fonte: Revista Globo Rural
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