Skip directly to content

Governo avalia importação de 1,5 milhão de toneladas de milho dos EUA

Diante dos problemas decorrentes da pouca oferta de milho no mercado interno, especialmente no que diz respeito ao abastecimento das agroindústrias fabricantes de carnes que usam o cereal como seu principal insumo de produção, o governo federal avalia a possibilidade de importação de 1,5 milhão de toneladas do grão transgênico dos Estados Unidos (EUA). Foi o que afirmou o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Neri Geller, nesta segunda-feira (08).

De acordo com Geller, técnicos do Mapa vão se reunir com integrantes da Comissão Técnica  Nacional de Biossegurança (CTNBio) para discutir a liberação da importação, rito que é necessário já que se trata do ingresso no País de milho oriundo de sementes geneticamente modificadas. Segundo o secretário, há uma questão técnica que precisa ser analisada pela CTNBio antes que seja dado o sinal verde para a operação.

Caso seja autorizada a importação, o produto entrará no País sem a cobrança de 10% da Tarifa Externa Comum (TEC), que incide sobre as aquisições feitas de países fora do Mercosul. Para Geller, a importação de milho de países vizinhos, entre os quais Argentina e Paraguai, bem como dos Estados Unidos irá contribuir para segurar a elevação dos preços do cereal no mercado doméstico mesmo diante da quebra de produção projetada para a segunda safra, em razão de intempéries climáticas.

Embora sem citar números exatos, Geller estimou, ainda, que devido à valorização dos preços do milho registrada nos últimos meses, a área plantada com o cereal na temporada de verão será maior se comparada a do ciclo anterior. Na avaliação do secretário, a expansão do plantio de milho também decorre da queda na remuneração da soja, que recuou com a queda da cotação do dólar.

Com base neste cenário, Geller projetou que a combinação de área plantada maior, que salvo problemas climáticos poderá resultar em um volume produzido mais significativo, e autorização para importações, a oferta de milho no começo de 2017 será elevada, o que poderá ter reflexos nas cotações. Para garantir o preço mínimo para o produtor, o secretário adiantou que haverá cerca de R$ 1,9 bilhão em recursos para serem usados em operações de comercialização.

Fonte: Datagro