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Futuro da lavoura-pecuária é a diferenciação, aponta evento em MS

O futuro dos sistemas integrados de produção, como o lavoura e o pecuária (ILP) e o lavoura, pecuária e floresta (ILPF) é a diferenciação, para que se adequem aos vários ambientes de produção. Em áreas com solos mais argilosos, tendem a ser voltados para um foco mais agrícola, e em outras, com solos mais arenosos, para a pecuária.

A avaliação foi feita nesta terça-feira (15) pelo presidente da Fundação MS, Luis Alberto Moraes Novaes, durante o evento que comemorou os 20 anos de pesquisas com o ILP na Embrapa Agropecuária Oeste, em Dourados.

Moraes destacou que graças ao trabalho de instituições com a Embrapa e a Fundação MS, sistemas como o ILP e o ILPF representam algumas das principais evoluções em âmbito mundial na produção de alimentos e garantem sustentabilidade econômica, social e ambiental para os produtores.

Já o pesquisador Júlio César Salton, da Embrapa Agropecuária Oeste, lembrou que quando as pesquisas sobre os sistemas integrados começaram na unidade, em 1995, que a realidade da produção agrícola na região era diferente. “As produtividades das culturas de inverno, como milho e trigo estavam caindo muito e uma das principais preocupações era como implementar um sistema que precisava utilizar o plantio direto, sem ter uma cultura de inverno que garantisse uma cobertura do solo para próxima safra”, relembra.

Salton explicou que nestes 20 anos de estudos sobre os sistemas de integração, que as pesquisas foram desenvolvidas em várias linhas de atuação dentro da unidade. “Entre 1995 e o ano 2000, os trabalhos se concentraram na produtividade animal e dos cultivos, nos atributos físicos do solo, na produção de palha e cobertura do solo e na química do solo. Já nestes últimos cinco anos, entre 2010 e 2015, os trabalhos foram voltados para a degradação de pesticidas, emissões de gases do efeito estufa (GEEs), dinâmica de plantas daninhas e na síntese do sistema de produção”, detalhou.

O pesquisador destacou que um dos principais paradigmas quebrados com os estudos sobre o assunto foi o de trabalhar o sistema de produção como um todo em uma visão macro e não apenas as culturas de forma isolada, como ocorria antes.

Durante o evento, o pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Paulo César Faccio Carvalho, apresentou um balanço do programa de Produção Integrada de Sistemas Agropecuários (Pisa), que utiliza a integração como um das suas principais ferramentas e ainda fez uma homenagem a diversos pesquisadores, gestores públicos e produtores que contribuíram para o desenvolvimento desse modelo de produção no país.

O evento da Embrapa, chamado de Timeline Integração Lavoura-Pecuária prossegue nesta quarta-feira (16) com visitas as unidades de pesquisa sobre o sistema em Ponta Porã, Dourados e Naviraí.

Fonte: G1 MS