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Falta uma estratégia de Estado para o agro brasileiro, diz Roberto Rodrigues

O maior problema do agronegócio brasileiro é institucional, justamente pelo fato de que os principais desafios do setor estão fora da alçada de resolução do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Foi o que afirmou o coordenador do GVAgro e ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, durante o seminário "Ajustes no Agro Brasileiro para maior Inserção Global", promovido pelo PENSA/USP (Centro de Conhecimento em Agronegócios da Universidade de São Paulo), nesta sexta-feira (13), em São Paulo (SP).

Entre os gargalos relativos ao agro e que estão fora do raio de ação direto do Mapa, Rodrigues listou problemas relacionados à infraestrutura logística e de armazenagem, segurança jurídica, política comercial externa, bem como defesa sanitária e pesquisa e desenvolvimento, estes mais ligados ao ministério, mas dependentes de orçamentos que precisam de autorização de outras pastas, por exemplo.

Para o ex-ministro, falta uma estratégia de Estado para o agronegócio, que envolva os poderes executivo, legislativo e judiciário. “Não é uma coisa de governo, tem que ser de Estado.”

Em sua exposição, Rodrigues reiterou o chamado da OCDE para que o Brasil aumente sua produção agropecuária em 40% nos próximos dez anos, a fim de se posicionar como protagonista na oferta mundial de alimentos. “A segurança alimentar é a única chance de paz no mundo, e ser campeão da segurança alimentar é ser o campeão mundial da paz.”

Segundo o ex-ministro, o agronegócio brasileiro precisa desenvolver um efetivo programa de seguro de renda. Rodrigues adiantou que o GVAgro está preparando um documento, que será entregue ao Mapa no início de 2016, com um amplo plano de modernização da política agrícola do País, com foco na proteção da renda do produtor rural. No tocante à sustentabilidade, Rodrigues assinalou que não é mais possível uma atividade ser competitiva sem ser sustentável.

Fonte: Datagro