Falta de formação afeta manejo sustentável
Diante das perspectivas de redução nas margens de renda do produtor rural na próxima safra, a assistência técnica deve se tornar mais importante para o andamento do manejo sustentável. Porém, a falta de qualificação ainda é um dos principais entraves no setor.
O engenheiro agrônomo e fiscal federal agropecuário do Ministério da Agricultura, Maurício Carvalho de Oliveira, acredita que mesmo com o aumento nos preços dos insumos, o investimento em agricultura sustentável não pode retroceder. "Neste caso, uma boa assessoria técnica torna-se fundamental nas lavouras", completa.
Além da burocracia das instituições financeiras na tomada de crédito, o especialista destaca justamente a formação técnica como um fator que dificulta o avanço das medidas sustentáveis.
"A adesão ao Plano ABC [Agricultura de Baixo Carbono] vem aumentando, assim como os sistemas de recuperação de pastagens e a integração entre agricultura, pecuária e lavoura, mesmo que de maneira distinta no País. Por outro lado, temos que melhorar no plantio direto e na rotação de culturas, por exemplo. Se a soja está com um preço bom, é difícil mudar o pensamento do produtor em plantar algo menos rentável, mas que seja melhor para o solo", explica o especialista.
Fiscalização
Os fiscais federais executam tarefas em grupos gestores do Plano ABC, nos estados e atuam na capacitação de assessores e multiplicadores de tecnologias do plano; na discussão de políticas creditícias para facilitar o acesso dos produtores aos recursos financeiros; e no fortalecimento institucional do programa com seus parceiros, seja nos estados ou na esfera federal. Segundo Oliveira, a fiscalização não é feita de maneira punitiva, mas sim no intuito de formar tanto os profissionais, quanto os agricultores.
Projetos
Principal suporte da agricultura sustentável, o Plano ABC realizou, entre julho de 2014 e fevereiro deste ano, 5,3 mil contratos com a liberação de R$ 2,5 bilhões em crédito. De julho de 2010 até junho do ano passado, o programa financiou 27 mil contratos no valor de R$ 7,5 bilhões. Somando esses dados, o total geral financiado pelo programa foi de aproximadamente 32 mil contratos no valor de R$ 10 bilhões.
A Sociedade Rural Brasileira (SRB) formalizou na segunda-feira (13) o Termo de Cooperação Técnica e Financeira para Implantação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), pelo qual será possível estimar o tamanho das reservas ambientais existentes no País, as áreas que precisam ser regularizadas, e, assim, calcular o investimento necessário para elevar o grau de sustentabilidade.
O custo do projeto é estimado em R$ 6 milhões e vai abranger municípios dos biomas cerrado e mata atlântica, com aproximadamente 4 mil municípios em todo o País, exceto a região amazônica.
Fonte: DCI
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