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Exportação de soja pode crescer 5 milhões de toneladas em 2016, aponta Anec

A Associação Nacional de Exportadores de Cereais (Anec) projeta aumento das exportações de soja em 2016 em 5 milhões de toneladas, para 57 milhões de toneladas, ante os 52 milhões de toneladas estimados para 2015, apesar da perspectiva de maior concorrência dos Estados Unidos e da Argentina ao longo da temporada 2015/16.

O diretor geral da entidade, Sérgio Mendes, disse que o real fraco e a maior produção devem contribuir para o melhor resultado, mas ressaltou a confiabilidade cada vez maior do País como fornecedor internacional de grãos, especialmente para a China, que "vem comprando do Brasil um porcentual cada vez mais significativo".

"Poderá haver maior concorrência. Mas na exportação é a continuidade que cria uma boa oportunidade, e o Brasil já se tornou um exportador confiável de soja e de milho também", assinalou Mendes. "Acreditamos que sempre teremos um lugar importante aí, tanto que nenhuma das associadas está estimando queda nas exportações, e sim que continuem subindo. Pode ser que tenhamos alguma surpresa, mas até agora as expectativas seguem otimistas."

Sobre o resultado das eleições na Argentina, Mendes disse que a maior concorrência para o Brasil deve vir do setor de farelo. "Eles são grandes e bons competidores no farelo, pode ser que haja alguma diminuição aí." O presidente eleito da Argentina, Mauricio Macri, prometeu reduzir gradativamente os tributos sobre a exportação de soja e flexibilizar controles sobre o câmbio, o que pode levar produtores a desovar os estoques que mantêm nas fazendas.

O presidente da Anec, Luis Barbieri, destacou a necessidade da busca por eficiência de produtores e exportadores para enfrentar um cenário de recomposição dos estoques no mundo. "A gente está vivendo este ano um cenário bastante interessante, depois de alguns anos, de uma recomposição dos estoques mundiais de soja, e isso é um desafio para nós", afirmou. "Temos competidores, a Argentina e os Estados Unidos, e precisamos ser mais eficientes que eles para ser o maior produtor e ter um crescimento superior ao que os EUA atingirem."

Barbieri lembrou que, em 1965, quando a associação foi fundada, o Brasil exportava 2 milhões de toneladas de grãos e derivados e que, em 2015, as exportações de soja, milho e farelo devem atingir 96 milhões de toneladas, no cálculo da associação. "Estamos aqui porque muita gente empreendeu e foi eficiente para produzir grãos no Brasil", concluiu.

Fonte: Estadão Conteúdo