Estratégia de sobrevivência: ecologia nutricional de Helicoverpa armigera
Oito culturas anuais são comparadas quanto à sua adequação como fonte de alimento para helicoverpa
Detectada no Brasil há cerca de quatro anos, a voraz Helicoverpa armigera, é motivo de preocupação de produtores. Suas larvas alimentam-se das mais diversas espécies de planta, mais de 200 espécies. Isso difi culta o seu manejo pois, com o uso contínuo da terra, ela encontra plantas hospedeiras o ano todo e a população aumenta. Para piorar, as larvas têm preferência por tecidos mais tenros da planta, tais como brotos, órgãos reprodutivos, frutos e vagens.
Mas será que todas as plantas hospedeiras são igualmente adequadas para esta praga? Para responder a essa pergunta, pesquisadores da Universidade de Passo Fundo, avaliaram em laboratório a sobrevivência e o tempo de duração do desenvolvimento de larvas da helicoverpa em oito espécies de plantas: soja, canola, milho, nabo, trigo, aveia-preta, aveiabranca e azevém.
A sobrevivência mais alta (94%) foi observada em espiga de milho e em síliqua de canola e a mais baixa (0%) em espiga de azevém. A duração do período larval variou de 8,2 dias, em média, na espiga de milho, a 20,1 dias em síliqua de nabo. O alimento influenciou também o peso das larvas e pupas, sendo que vagem de soja e síliqua de canola foram os que propiciaram a obtenção dos indivíduos mais pesados.
A partir dos resultados, os pesquisadores concluem que – ainda que haja diferenças significativas na adequação das espécies de plantas – há disponibilidade de plantas que comportam o desenvolvimento da helicoverpa ao longo de todo o ano na região. Isso forma uma ‘ponte verde’ para a manutenção da população ao longo do tempo e pode ter contribuído para o sucesso no estabelecimento da espécie no Brasil.
Fonte: Defesa Vegetal Pesquisar para Conhecer. Conhecer para Manejar. Volume 1.
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