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Em MS, crédito rural cresce 112% e chega a R$ 7,25 bi

A melhoria no desempenho das atividades agropecuárias de Mato Grosso do Sul estreitou a relação entre produtores e bancos, dobrando o montante do crédito rural em três anos. De 2010 a 2013, o valor financiado aumentou 112%, variação acima a da média nacional, chegando a R$ 7,25 bilhões no ano passado, conforme números do Banco Central do Brasil, segundo mostra reportagem na edição deste domingo (16) do jornal Correio do Estado.

Esse cenário resulta da combinação entre a expansão das áreas das diferentes culturas, uso maior de tecnologias, avanço da produtividade e segurança dos bancos na liberação de recursos, conforme análise do diretor de relações Institucionais da Federação de Agricultura de MS (Famasul), Rogério Beretta.

“O crescimento da busca por crédito tem relação com o aumento das áreas plantadas e da produção. Também se relaciona ao uso cada vez mais intenso de tecnologias.”, afirmou, acrescentando que as instituições financeiras têm, atualmente, mais tranquilidade nas operações com o produtor rural sul-mato-grossense. “Temos hoje a menor taxa de inadimplência do Brasil”, informou.

De acordo com o Banco Central, os financiamentos rurais em Mato Grosso do Sul crescem acentuadamente ano a ano: em 2010, somaram R$ 3,419 bilhões; no ano seguinte, R$ 4,141 bilhões; em 2012, R$ 5,946 bilhões; e fechou 2013 em R$ 7,253 bilhões. No período, a alta foi, assim, de 112,13%. Recurso para custeio, que representa a maior parcela, aumentou de R$ 2,14 bilhões para R$ 4,23 bilhões de 2010 a 2013. O valor destinado a investimentos cresceu de R$ 1,11 bilhão para R$ 2,52 bilhões. Já o crédito para comercialização passou de R$ 163,64 milhões para R$ 494,54 milhões.

Esse crescimento impulsiona o avanço das áreas de produção agropecuária e de florestas. No mesmo intervalo (2010 a 2013), houve crescimentos significativos das áreas plantadas, com destaque ao milho (109%, de 887 mil para 1,509 milhão de hectares), à cana-de-açúcar (104%, de 265,4 mil hectares para 542,7 mil hectares) e eucalipto (82,53%, de 378 mil para 690 mil hectares).

Avaliação

Rogério Beretta acredita que o crescimento da produção de eucalipto, de modo específico, tem contribuído, acentuadamente, para o aumento do financiamento rural. “Isso porque no setor de florestas, o prazo para retorno da produção é maior. E, nesse tempo, o produtor precisa de reserva e, por essa razão, recorre ao crédito. O benefício do financiamento é, assim, ainda maior nesse segmento”, comenta.

O diretor acrescenta que, além da agricultura e silvicultura, a pecuária também tem alargado a busca por financiamento. “É importante para a compra de insumo, para acessar novas tecnologias, para investimentos. Para toda a classe produtora, sobretudo para os médios e pequenos produtores, o crédito rural é fundamental”, afirma.

O presidente do Sindicato Rural de Dourados, Marisvaldo Zeule, concorda com Beretta e acrescenta: “O mercado agropecuário é muito dinâmico e faz uso mais intenso das novas tecnologias. O crédito rural melhora as condições de investir mais no negócio, comprar equipamentos e máquinas novas”, avalia.

Correio do Estado