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Em 10 anos, MS aumenta produção de calcário agrícola em 169,54%

Mato Grosso do Sul possui a segunda maior reserva medida de calcário do Brasil. Segundo o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), o estado possui aproximadamente 10 bilhões de toneladas deste tipo de rocha em seu território. O produto depois de processado pode ser utilizado para diversos fins como: produção de cimento, em materiais de construção civil, com aditivo em diversos processos químicos, na produção de alimentos, na purificação do ar e tratamento de esgotos, no refino do açúcar, na fabricação de produtos de higiene, vidros, aço, papéis, plásticos, tintas, cerâmicas, além de ser usado também na correção de solos ácidos para a agricultura e pecuária.

No estado, a produção, para atender especificamente a agricultura e a pecuária, cresceu 169,54% em um intervalo de dez anos, entre 2004 e 2014, passando, segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Calcário Agrícola (Abracal), de 920 mil toneladas para 2,479 milhões de toneladas. Mesmo com esse expressivo crescimento, Mato Grosso do Sul para atender a demanda do setor, ainda teve que comprar em 2014, conforme a entidade, 548,4 mil toneladas do produto de outros estados, como Minas Gerais e Paraná.

Com o objetivo de aprimorar seus processos produtivos e aumentar sua produção, uma das principais empresas produtoras de calcário agrícola do estado, a Mineração Bodoquena, em Bodoquena, a 260 quilômetros de Campo Grande, tem investido na ampliação e melhoria de seu parque de máquinas. A empresa é familiar.  É gerida pelo seu fundador, Antônio Aranha junto com seus filhos, e a terceira geração, representada pela neta Maria Fernanda Aranha, está sendo preparada para futuramente administrar o negócio. Atualmente conta com cerca de 130 colaboradores.

A companhia é responsável pela produção de aproximadamente 1,200 milhão de toneladas/ano de calcário agrícola, o que representa cerca de metade da produção do estado, e, tem capacidade instalada para chegar até a 2 milhões de toneladas/ano, conforme a demanda do mercado.

A área total da Mineração Bodoquena é de 700 hectares, mas segundo seu diretor de Equipamentos, Frederico Aranha, a exploração do calcário é feita na mesma lavra de 15 hectares desde a fundação da empresa, há 43 anos, por seu pai, Antônio Aranha. “Essa lavra pode ser explorada por mais 50 anos pelo menos e, na área total da mineração existe calcário para muitas gerações”, aponta ele, comentando que a qualidade do calcário extraído do local é considerada excelente, com 80% do fator de correção de acidez do solo (PRNT).

Frederico aponta que o investimento em máquinas de alta tecnologia e robustez foram fundamentais para o crescimento da produção e da melhoria da produtividade da empresa. Todo o maquinário da mineradora é de uma única marca, a Case Construction Equipment. A marca fornece para companhia desde 1984 e atualmente são utilizados 16 equipamentos entre pás-carregadeiras (821E e 721E) e escavadeiras hidráulicas (CX470B), além de pás-carregadeiras W20E, adquiridas há mais tempo e que são atualmente utilizadas como máquinas de reserva.

“Antes, com uma W20E, por exemplo, demorávamos em média dez minutos para carregar um caminhão, agora, com os novos equipamentos foi reduzido para três minutos”, comenta o diretor, que comparou ainda a familiaridade com o uso do novo maquinário na indústria a utilização da internet e do celular pela população urbana.

Essas máquinas operam em todos os processos de produção do calcário agrícola. A primeira etapa é a detonação da rocha, que ocorre de 8 a 10 vezes por mês. Em uma detonação de 39 minas de 10 metros e meio, por exemplo, que “desmonta” 10 mil toneladas de rocha, são utilizados cerca de 250 quilos de dinamite e 1.200 de explosivo granulado. Após a explosão, uma pá-carregadeira faz a “limpeza” do local, juntando as pedras e abrindo espaço para a entrada de caminhões e de uma escavadeira hidráulica, que sobe na área “desmontada” para começar a carregar as pedras.

A escavadeira tem capacidade para carregar até oito caminhões por hora, com 27 toneladas. Do pátio de detonação, as pedras são levadas a área de britagem da mineradora. Na britagem os blocos de pedras vindos da mina são fragmentados. Para a produção do calcário agrícola, a matéria-prima passa por duas etapas, uma primária e uma secundária.

“Depois destes processos, as pedras caem em uma espécie de 'pulmão' e são transportadas por correias até moinhos, que são a última parada para a produção do calcário agrícola”, explica o diretor de Equipamentos da mineradora. Já as pedras menores, explica ele, são vendidas como brita para a construção.

Após passar pelo moinho, o calcário é transportado pelas pás-carregadeiras para o local onde fica estocado no pátio da empresa e de onde são carregados os caminhões que fazem a entrega aos clientes. O diretor da empresa explica que as máquinas que operam esse processo, as 821E, possuem uma balança instalada no sistema hidráulico o que assegura mais precisão ao trabalho de pesagem. Em média, durante a safra agrícola do estado, são carregados 250 caminhões por dia.

A empresa tem atualmente, estocados em seu pátio, cerca de 350 mil toneladas de calcário. “As máquinas da Case são rápidas e bem adequadas para os nossos serviços. O atendimento da concessionária local (Tork) também é muito bom e próximo. Sempre que precisamos eles estão aqui”, aponta o fundador da mineradora, Antônio Aranha.

O gerente de marketing da Case, Carlos França, aponta que entre 2006 e 2015 a empresa ampliou seu portfólio de 12 para 33 modelos de máquinas, justamente para atender de forma ainda mais adequada a necessidade de clientes como a Mineração Bodoquena, por exemplo, que precisam constantemente aumentar sua eficiência e produtividade e citou que uso de máquinas maiores tem se tornado cada vez mais frequente em empreendimentos deste tipo.

Destacou ainda que com uma rede de concessionárias consolidada em todo o Brasil, a empresa investiu em programas para melhorar o atendimento, como um que padronizou o trabalho nas revendedoras e assistências técnicas (Dealer Standards) e um de pós-venda (Case Care), que oferece, por exemplo, monitoramento de frotas via satélite, programa de análise de fluídos dos equipamentos e planos de manutenção preventiva e histórico do equipamento.

Uso do calcário no Brasil

O uso do calcário agrícola no Brasil é comum e vem sendo implementado há muito tempo no país. Segundo a Embrapa, as primeiras recomendações para a sua utilização com base em análise de solo provavelmente foram feitas em torno de 1925. Com solos majoritariamente ácidos, principalmente os da região do Cerrado, o produto representa uma alternativa relativamente barata, R$ 50 a toneladas comercializada pela Mineração Bodoquena, por exemplo, para aproximar o PH do solo de uma faixa de neutralidade, o que aumenta a eficiência da adubação.

A correção diminui, conforme estudos da Embrapa, a perda de nutrientes do solo por lixiviação (ação de água das chuvas) e evaporação, em pelo menos 20%. A quantidade necessária a correção é determinada pela análise do solo. O Brasil é autossuficiente na produção de calcário agrícola e consome 33 milhões de toneladas/ano do insumo. Embora esse volume tenha crescido nos últimos anos, ainda é menor do que a metade recomendada por pesquisadores do setor, conforme a Abracal.

Foto: Anderson Viegas/G1 MS
Fonte: G1 MS

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