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El Niño volta ao radar dos meteorologistas para o segundo semestre, mas ainda não está configurado

Para os próximos meses, o clima gera uma tendência de incertezas, sobretudo no que diz respeito aos fenômenos climáticos. Após um La Niña fraco, alguns centros de meteorologia indicam uma probabilidade de ocorrência de El Niño a partir do mês de agosto.

De acordo com Renata Tedeschi, do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Inpe, as águas do Oceano Pacífico Equatorial, de fato, estiveram abaixo da média histórica nos últimos meses, o que poderia caracterizar uma La Niña - o que, no entanto, não é consenso entre todos os modelos apresentados. "Independentemente disso, sabe-se que, atualmente, a temperatura está próxima da média histórica", diz Tedeschi, apontando a presença de um clima neutro por agora.

Essa neutralidade deve continuar. Porém, centros da Austrália e dos Estados Unidos indicam a probabilidade de um El Niño para o trimestre entre julho e setembro deste ano. Os modelos estudados por esses centros indicam que as temperaturas estão muito perto do limite - ou seja, se estiverem um pouco abaixo, não caracterizariam o fenômeno. As probabilidades são de 43% para um período neutro e de 48% para o El Niño.

Tedeschi aponta que "temos que acompanhar a evolução desse fenômeno para ter certeza ou não", lembrando também que o La Niña não trouxe nenhum impacto de grande escala para o clima brasileiro. No Sul do Brasil, as chuvas foram acima da média histórica, o contrário do que ocorreria sob influência do fenômeno.

Caso o El Niño ocorra de média forte intensidade, deve haver um aumento de chuvas na Região Sul e uma diminuição no Norte e no Nordeste. As regiões Centro-Oeste e Sudeste, por sua vez, são de baixa previsibilidade. Se o fenômeno for de fraca intensidade, poderá haver uma grande variabilidade nos quadros observados.

Confirmado o fenômeno, os produtores deverão ter atenção aos seus cultivos de acordo com a situação da região. No Sul e no Norte, atenção para as culturas que sofrem com grande quantidade ou falta de chuva. No Nordeste, caso o El Niño ocorra, a situação de estiagem poderia se agravar.

Confira a entrevista de Renata Tedeschi - Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos/Inpe

Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas