Eficiência e produtividade farão seleção natural na sojicultura, diz Cesb
O aumento da eficiência e da produtividade fará uma espécie de “seleção natural” na produção de soja no Brasil. Foi o que afirmou nesta terça-feira (23/6) o presidente do Comitê Executivo Soja Brasil (Cesb), Luiz Nery Ribas, que também é diretor técnico da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT).
Ribas reconheceu que a sojicultura brasileira enfrenta dificuldades para aumentar o rendimento das lavouras, praticamente estagnado em torno das três toneladas por hectare. Entre esses entraves, as novas áreas de produção, que reduzem as médias; e a introdução de pragas e doenças. No entanto, ele pondera que, além da inovação tecnológica, a viabilidade econômica e ambiental da lavoura também deve ser considerada quando se fala em um sistema produtivo como o da soja.
“O meu custo está aumentando a cada dia. Então eu tenho que ter produtividade para ser rentável. Para isso, tem que ter eficiência, bons resultados, preservar o meio ambiente. Há meios para isso e quem não utilizar vai ficar fora do processo”, disse.
Com a remuneração do setor “no fio da navalha”, o diretor presidente do Cesb defendeu o direito doprodutor cultivar a semente própria de soja. No entanto, destacou que isso deve ser feito dentro da legalidade, cumprindo com as normas doMinistério da Agricultura. Chamou a atenção também em relação ao uso de práticas que não são recomendadas por especialistas, como o cultivo de duas safras sequenciais de soja, a chamada soja safrinha.
“Tem que pensar: a cultura de soja se paga com alguns tratamentos ou condições? Compensa ou não compensa?”, questionou A semente salva é um direito do produtor, dentro da legalidade. Agora, em todos meios, há os bons e os maus. Quem estiver na ilegalidade tem que ser preso”, defendeu Ribas.
Desafio
O diretor presidente do Cesb fez as declarações durante o 7º Congresso Brasileiro de Soja, emFlorianópolis (SC). Durante o evento, a entidade anunciou o vencedor do Desafio Nacional da Máxima Produtividade, edição safra 2014/2015. O produtor Alisson Alceu Hilgenberg conseguiu 141,79 sacas por hectare, um novo recorde do concurso.
O rendimento vencedor do Desafio Nacional é quase três meses maior que a média nacional. Ribas enxerga a iniciativa como uma “provocação” aos produtores rurais e entende que, “explorando todo o potencial de produção da soja”, é possível elevar a produtividade das lavouras comerciais brasileiras.
“Cada situação é uma situação. Porém o que a gente tem visto é que o produtor está conseguindo aliar vários fatores dentro do processo produtivo, desde o melhoramento genético, maquináriomelhor, agricultura de precisão. Fatores conjuntos fazem uma produção melhor. Não tem que pensar em produto, mas em um sistema produtivo”, disse Ribas.
Fonte: Revista Globo Rural
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