Dólar cai 1% ante o real e testa novo piso
O dólar fechou em queda de mais de 1 por cento ante o real nesta segunda-feira, mantendo a tendência das últimas quatro semanas, com o mercado testando um novo piso para a moeda, em meio à expectativa de que o Federal Reserve demore mais para iniciar o processo de elevação dos juros nos Estados Unidos.
A moeda norte-americana caiu 1,13 por cento, a 2,9217 reais na venda, após recuar 1,25 por cento na sexta-feira.
Segundo dados da BM&FBovespa, o giro financeiro ficou em torno de 1,4 bilhão de dólares.
A recente tendência de queda da moeda norte-americana ante o real reflete um cenário político local mais tranquilo e dados econômicos norte-americanos mostrando uma recuperação mais lenta que o esperado, o que pode levar o Federal Reserve a adiar o início do aumento da taxa de juros dos Estados Unidos.
"Ainda tem um eco em relação à questão política local que está mais tranquila. Além disso, o dólar ficou ao redor de 3,10 reais por um tempo até conseguir romper os 3 reais a duras penas. Agora está se sustentando abaixo (dos 3 reais) e pode buscar os 2,90 reais", disse o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.
No entanto, a negociação da moeda norte-americana abaixo dos 2,90 reais deve encontrar mais resistência, uma vez que, apesar do otimismo com a situação política local, muitas medidas fiscais ainda dependem de aprovação do Congresso Nacional.
"Para cair mais tem que ter bases mais sólidas, mais definições com relação à política fiscal, por exemplo. Se tiver uma queda abaixo dos 2,90 reais vai ser mais especulação do que qualquer outra coisa", disse o diretor de câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues.
Na quarta-feira, os Estados Unidos divulgam os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre pela manhã e, à tarde, acontece o anúncio da decisão de política monetária pelo Federal Reserve, o banco central dos EUA.
"A visão de que a economia dos EUA retornou a um caminho de crescimento forte o suficiente para permitir ao Federal Reserve iniciar a normalização da política monetária tem sido desafiada por uma série de dados decepcionantes. Isto vai culminar com a primeira estimativa do PIB do primeiro trimestre, em 29 de abril", disse a Brown Brothers Harriman, em relatório a clientes.
Nesta manhã, o BC brasileiro vendeu a oferta integral de até 10,6 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 4 de maio, equivalentes a 10,115 bilhões de dólares. Até o momento, a autoridade monetária já rolou um pouco mais de 86 por cento do lote total.
Fonte: Reuters
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