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Dólar cai 0,86% ante real após três altas, em linha com exterior

O dólar fechou em queda frente ao real nesta terça-feira, após três sessões consecutivas de alta e acompanhando o movimento nos mercados externos.

O dólar recuou 0,86%, a 3,1732 reais na venda. Nas três sessões anteriores, a divisa havia acumulado valorização de cerca de 2%.

"Depois de um avanço importante, é normal o mercado dar uma pausa", disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.

Na véspera, o dólar havia atingido a máxima em três meses em relação a uma cesta de divisas e investidores aproveitavam para realizar lucro nos mercados globais. O avanço havia sido motivado por expectativas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, possa elevar os juros ainda neste ano, o que atrairia para a maior economia do mundo recursos aplicados em outros mercados.

Nesta sessão, a divisa dos Estados Unidos corrigia boa parte desse avanço, recuando cerca de 1% contra o euro em meio ao menor pessimismo em relação à Grécia. Também contribuía para a queda do dólar em relação a moedas emergentes o avanço dos preços das commodities.

"O cenário interno ainda está tensionado e deve pressionar o câmbio por enquanto, mas hoje foi um dia de queda global do dólar", explicou o operador de um banco internacional, sob condição de anonimato.

Os atritos entre o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e o governo da presidente Dilma Rousseff têm dado força a preocupações sobre golpes à credibilidade do país, que podem afastar investimentos dos mercados locais.

Investidores também temem que a instabilidade, aliada à baixa popularidade do governo, dificulte ainda mais a aprovação de novas medidas do ajuste fiscal conduzido para resgatar a confiança na política fiscal e reequilibrar a economia. Pesquisa da CNT/MDA mostrou nesta manhã que a avaliação negativa do governo subiu para 70,9%, contra 64,8% no levantamento de março.

Uma fonte da equipe econômica afirmou à Reuters que o governo estuda fazer corte adicional de gasto público de até 15 bilhões de reais no Orçamento de 2015, mas ainda assim o reforço no contingenciamento pode não ser suficiente para cumprir a meta de superávit primário do ano.

Nesta manhã, o Banco Central vendeu a oferta total no leilão de rolagem de swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Com isso, já rolou o equivalente a 4,218 bilhões de dólares, ou cerca de 40% do lote que vence no início de agosto, que corresponde a 10,675 bilhões de dólares.

Fonte: Reuters