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Contrato futuro global de algodão pode ser listado fora dos EUA

A holding Intercontinental Exchange, que opera a Bolsa de Nova York (ICE Futures US), está ameaçando listar um novo contrato futuro de algodão global em uma bolsa fora dos EUA se o Congresso norte-americano não aprovar alterações em uma lei de 99 anos que está estagnando o lançamento. O contrato está em desenvolvimento desde dezembro de 2013, mas tem emperrado em vários obstáculos legais e logísticos.

A bolsa está fazendo lobby com membros do Congresso para alterar a Lei de Futuros de Algodão, a fim de que o derivativo possa começar a ser negociado no terceiro trimestre, disse Benjamin Jackson, presidente e diretor de operações da ICE Futures US. Se o Congresso não aprovar as alterações até o recesso de verão do Hemisfério Norte, a ICE deve listar o contrato em Londres ou Cingapura, disse Jackson aos participantes da conferência da Associação de Embarcadores Americanos de Algodão esta semana em Santa Barbara, na Califórnia.

No ano passado, um projeto para alterar a lei de contratos futuros de algodão a fim de responder às preocupações do ICE foi aprovado na Câmara dos Deputados dos EUA, mas parou no Senado. A negociação do contrato referente aomercado dos EUA, conhecido como "Algodão Nº 2", reflete as condições de mercado para o algodão produzido em território norte-americano, já que a entrega física da fibra ocorre em pontos nos EUA como Houston e Memphis.

Embora os EUA sejam os maiores exportadores da fibra, Índia, Brasil e Austrália emergiram como concorrentes significativos nos últimos anos. Alguns traders têm defendido um contrato global para se proteger de grandes oscilações nos preços fora dos EUA. Sob a Lei de Futuros de Algodão, que foi aprovada pela primeira vez em 1914 e depois alterada em 1916, apenas o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) pode classificar - ou avaliar a qualidade - do algodão que é negociado em uma bolsa norte-americana. A fibra também deve ser entregue em fardos. Mas não há especialistas do USDA nos vários pontos de entrega previstos no âmbito do contrato global, como Malásia e Taiwan.

O algodão entregue contra o contrato dos EUA é classificado pelos funcionários do USDA nos EUA, principalmente em uma instalação em Memphis. E exportadores em muitos países entregam algodão em contêineres em vez de embalá-lo em fardos. A ICE quer que a lei seja alterada para permitir que classificadores de fora dos EUA sejam autorizados a verificar se o algodão atende aos padrões do USDA e que outros métodos de entrega sejam permitidos. Sob as regras do novo contrato, o algodão dos seguintes países seria aceito para entrega física: Índia, Estados Unidos, Austrália, Mali, Brasil, Burkina Faso, Benin, Camarões e Costa do Marfim.

Fonte: Estadão Conteúdo