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Combate a pragas custou US$ 25 bilhões nos últimos dez anos

Um levantamento realizado pela Associação dos Produtores de Soja do Mato Grosso (Aprosoja) aponta que apenas duas pragas – a mosca branca e a ferrugem asiática – causaram aos produtores brasileiros de soja prejuízos de US$ 25 bilhões nos últimos dez anos. No mesmo período, 35 novas espécies de pragas foram detectadas no território brasileiro, de acordo com estudo conduzido pela Agropec Pesquisa, Extensão e Consultoria. Em 2013, a lagarta helicoverpa armigera provocou perdas de US$2 bilhões já no primeiro ano em que foi detectada no país. Para discutir o combate às pragas e doenças, especialistas se reuniram em São Paulo nesta terça-feira (30/6) durante o Workshop Internacional de Ameaças Fitossanitárias.

Na avaliação de Silvia Miranda, agrônoma da Universidade de São Paulo (USP), os impactos econômicos da entrada de novas pragas no Brasil se refletem por toda a cadeia. Há impactoseconômicos sobre o recolhimento de impostos, sobre o pagamento de salários, sobre a produtividade; impactos sociais, uma vez que pode ocorrer a migração de trabalhadores para outras regiões; impactos ambientais, com a contaminação do solo e da água e alteração de orçamento ou necessidade de recursos emergenciais. “No caso da citricultura, por exemplo, o desafio de controlar o greening tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, causa impacto no preço internacional do produto”, diz a pesquisadora.

Luiz Nery Ribas, agrônomo da Aprosoja, conta que há poucos dias duas novas pragas foram identificadas no Mato Grosso, a Amaranthus palmeri, uma planta daninha que dificulta o desenvolvimento da planta foi encontrada em lavouras de algodão e o Aphelenichoides sp, umnematoide aéreo que impede o amadurecimento da soja. “Ainda é cedo para saber o impacto dessas pragas nas lavouras”, diz Ribas, que se reunirá no dia 8 de julho com técnicos da Defesa Sanitária para discutir estratégias de combate.

“As pragas estão de todos os lados”, diz José Perdomo, presidente da Crop Life Latin América, associação que reúne 23 empresas de defesa vegetal. De acordo com ele, pragas como helicoverpa armigera, ferrugem do café e mosca da fruta se proliferam por países produtores, “São investidos US$ 7,5 bilhões por ano no desenvolvimento de sementes mais resistentes e em defensivos mais eficazes”, diz. Como resultado, 195 novos produtos de proteção (defensivos) e 68 sementes geneticamente modificadas foram lançadas no mercado mundial nos últimos vinte anos. Os custos de produção são altos. Para desenvolver uma semente geneticamente modificada são investidos US$ 130 milhões, valor que salta para US# 256 milhões no caso de um defensivo agrícola.

Fonte: Revista Globo Rural