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CNA recebe fórum internacional que incentiva aumento da sustentabilidade no agronegócio

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) reuniu, na manhã desta terça-feira (15/04) na sede da entidade em Brasília, a diretoria da CLUA – Coalisão pelo Clima e Uso da Terra – um fórum multilateral voltado para o incentivo de oportunidades agrícolas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (os GEEs) e aumentar a sustentabilidade do setor agropecuário.

A CLUA reúne vários organismos internacionais especializados em monitoramento, medição e desenvolvimento de métodos, programas e incentivos para a redução da emissão de GEEs, sobretudo nas atividades agropecuárias. Além da diretora executiva da Coalisão, Debra Ann Reed, participaram dos debates técnicos que se estenderam por mais de duas horas o presidente da Associação Comercial de Compensação de Carbono, Alastair Handley, o diretor da Winrock International, John Kadyszewski, e o presidente da Geosolutions Aplicada, William Salas.

Os participantes da CLUA apresentaram soluções que estão sendo adotadas tanto na província de Alberta, no Canadá, como em alguns estados norte-americanos, sobre o mercado de carbono. Em Alberta, onde uma quantia equivalente a 800 milhões de reais foi coletada pelo governo e destinada a projetos de tecnologia verde, um terço das reduções de emissão de carbono veio do setor agrícola.

Os técnicos estrangeiros também abordaram as formas de como incentivar a adoção de projetos de sustentabilidade pelos produtores rurais, vencendo o desafio de estabelecer parâmetros de medição das reduções de emissão dos GEEs. “Operamos na perspectiva de que todas as nossas atividades precisam ter base científica”, afirmou a diretora executiva da CLUA, ao salientar que a maioria do comitê diretor é do setor agrícola.

A secretaria-executiva do Instituto CNA de estudos e pesquisas falou das propostas que o sistema CNA tem para cumprir os objetivos semelhantes aos da CLUA no Brasil. Mesmo reconhecendo que as experiências da Coalisão estão em fase bastante mais adiantada do que a brasileira, ficou clara a possibilidade de parcerias futuras entre as duas instituições. “Entendo que há grande possibilidade de parceria no sentido de adaptar, às condições do Brasil, métodos de monitoramento e mensuração de emissões já testados nos Estados Unidos e Canadá”, disse o secretário-executivo do ICNA, Og Arão Vieira Rubert.

O consultor jurídico do ICNA, Arno Jerke Júnior, destacou a importância da capilaridade do sistema CNA para levar os incentivos ao produtor e também o trabalho que tem sido desenvolvido junto ao governo para ampliar a adesão do produtor ao Plano ABC do Executivo federal. Já o coordenador da Comissão Nacional do Meio Ambiente da CNA, Rodrigo Justus, lembrou que o Brasil tem cinco regiões agrícolas de clima e solo distintos, para frisar a necessidade de o país avançar na definição de parâmetros de monitoramento para quantificar as reduções de GEEs.

Justus também observou que, embora a sociedade brasileira seja a favor dos créditos de carbono, os agricultores que reduzem as emissões não recebem esses créditos por falta de fonte financeira. Em resumo, não existe um fundo que lhes garanta o pagamento.

Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA