Chuvas limitam transporte de soja aos portos e limita baixas em Chicago
A reação esboçada pelos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago parece ter perdido força no início desta terça-feira (1). Por volta de 13h (horário de Brasília), as cotações, que mais cedo subiam cerca de 5 pontos, operavam em campo misto, com as posições mais distantes perdendo 0,25 ponto, e o mercado voltando a atuar com estabilidade.
Essa movimentação, portanto, continua confirmando um comportamento técnico dos futuros da oleaginosa, justificado, em boa parte, pela relação cada vez mais estreita com o cenário financeiro mundial. A aversão ao risco ainda é elevada - apesar da chegada de algumas notícias positivas, porém, pontuais - e afastam os fundos de investimento, mantendo os preços ainda travados e com baixa volatilidade, distantes de ativos mais arriscados como as commodities agrícolas.
Com essa pouca movimentação e o dólar devolvendo as altas de ontem - a moeda americana perdia 0,62% para R$ 3,979 na tarde desta terça-feira - os preços da soja praticados nos principais portos do país também exibiam estabilidade, mantendo os negócios no Brasil quase que "em suspensão".
No terminal de Rio Grande, o produto com entrega prevista para junho perdia 0,50% para ser cotado a R$ 79,50 por saca, enquanto a oleaginosa disponível valia R$ 79,00 e se mantinha estável em relação à última referência desta segunda-feira (29).
Suporte em Chicago
Ainda nesta terça, duas informações poderiam, segundo explicam analistas, limitar as baixas dos preços da soja na Bolsa de Chicago.
A primeira delas é, depois de muitas semanas, o anúncio de vendas de soja em grão feito pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) hoje. Foram 140 mil toneladas de soja da safra 2015/16 para destinos não revelados.
A outra refere-se à logística brasileira e as dificuldades enfrentadas pelos produtores nacionais por conta do excesso de chuvas em algumas regiões. Em função de dias consecutivos de precipitações, o transporte da soja da nova safra está mais lento do interior do país aos portos, o que poderia atrasar o embarque dos navios.
E as chuvas, além de prejudicarem o transporte, já provocam a paralisação dos trabalhos de colheita em algumas áreas. "Chuvas que podem ser registradas nas regiões Central e Noroeste do Brasil nesta semana podem manter lento o ritmo dos trabalhos de campo", afirma o agrometeorologista sênior do MDA Information Services, Donald Keeney, em entrevista ao Agriculture.com.
Como explica Marco Antônio dos Santos, agrometeorologista da Somar Meteorologia, para a próxima semana também há momentos de atenção, principalmente com a chegada de uma nova frente fria.
"Uma nova frente fria deverá atingir o Rio Grande do Sul entre a quinta e sexta-feira e provocar chuvas generalizadas sobre o Estado. E aos poucos esse sistema avançará, onde irá provocar chuvas em quase todo o País no final de semana e início da próxima semana", diz.
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