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Brasil não explora todo seu potencial científico

Para o presidente da Associação de Produtores de Mudas e Sementes do Estado de Minas Gerais (APSEMG), o país ainda não utiliza todo seu potencial em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias.

O Brasil é uma das referências mundiais em agropecuária, porém não em pesquisas para melhoramento genético e sobre qualidade de sementes.

Segundo o presidente da Associação de Produtores de Mudas e Sementes do Estado de Minas Gerais (APSEMG) e vice-presidente da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (ABRASEM) Cláudio Manuel da Silva, o potencial humano existente em nossas universidades e centros de pesquisa ainda é

subutilizado. “A pesquisa é fundamental para o desenvolvimento de uma nação e eu sinto, com muita tristeza, que no Brasil isto não está sendo considerado como prioridade. Estamos quase parados ou caminhando muito lentamente”.

Para Silva, que será palestrante no 19º Congresso Brasileiro de Sementes, o evento é muito importante para “discutir assuntos passados, presentes e, principalmente, ideias que possam levar a um maior desenvolvimento do setor agropecuário no futuro”.

Silva afirma que as tecnologias no setor sementeiro, traduzidas em novas em sementes, em geral, estão sendo trazidas para o Brasil já prontas, como produtos importados.

“O Brasil necessita repensar urgentemente seu modelo de pesquisa e experimentação, pois sem investir nisso não é possível progredir.

Estamos importando, continuamente, pacotes tecnológicos e consequentemente tornando-nos reféns das nossas próprias riquezas. Temos plena capacidade de criar e produzir aqui.

Porém é preciso fortalecer, estruturar, dar condições físicas e financeiras para que as nossas inteligências possam desenvolver nossos próprios pacotes tecnológicos.

Se não tanto, vamos importar inteligências, como fazem as nações mais desenvolvidas do mundo, ao invés de importar produtos.”

Essa discussão é necessária, porque, em breve, muito mais que hoje, a semente carregará todo o pacote tecnológico e, nesse momento, a tecnologia aplicada à semente dependerá da

qualidade dessa mesma semente. É fator decisivo para se almejar o sucesso da lavoura.

Segundo Silva, investir nesse sentido é fundamental, pois o resultado, positivo ou negativo, vai depender do estabelecimento inicial da cultura.

”É claro que existem outros fatores nesse processo, como o clima e a adubação. Mas quando o agricultor usa sementes de baixa qualidade, fatalmente, a lavoura não dará uma resposta positiva.

A semente é e cada vez mais será o princípio de tudo. Se ela for ruim, a lavoura será ruim”, explicou.

Não serão as práticas culturais como adubação, irrigação entre outras que irão salvar o empreendimento, finalizou.