Brasil e Argentina estreitam cooperação na área agrícola
Na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, os representantes do INTA foram recebidos pela chefe de Pesquisa e Desenvolvimento, Marília Burle, e visitaram o Laboratório de Reprodução Animal, onde foram recebidos pelo pesquisador Maurício Machaim, e o Banco Genético da Embrapa, no qual assistiram à apresentação do pesquisador Alexandre Floriani.
No Laboratório de Reprodução Animal, Nicora conheceu as biotécnicas de reprodução assistida desenvolvidas na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, como PIV (produção de embriões in vitro), sexagem de embriões, fertilização in vitro e in vivo e clonagem por transferência nuclear. O Brasil é hoje líder absoluto na PIV em termos mundiais, com cera de 80% do mercado global. As pesquisas da Embrapa estão, principalmente, voltadas para bovinos, mas incluem também ovinos e suínos, em parceria com a Embrapa Suínos e Aves, em Concórdia, SC.
Cooperação vai contribuir para a agricultura do cone sul
De acordo com Nicora, o Brasil possui uma visão estratégica em relação à ciência e tecnologia e, por isso, considera a cooperação tão importante para a Argentina. “É fundamental que o INTA e a Embrapa, como instituições públicas de pesquisa agropecuária, atuem em sinergia para levar tecnologia com rapidez e eficiência ao setor produtivo”, ressaltou.
Para o diretor executivo de Transferência de Tecnologia da Embrapa, Waldyr Stumpf Junior, “a visita dos dirigentes do INTA à Embrapa marca mais um avanço na aproximação institucional que já vem ocorrendo há algum tempo. Neste momento, a expectativa é de dar encaminhamentos para a construção de planos de trabalho que proporcionarão ganhos na cooperação científica e tecnológica entre o Brasil e a Argentina”, esclarece. Trata-se de um avanço estratégico, já que os dois países têm importantes contribuições a dar para a agricultura no cone sul, como membros que são do PROCISUR (Programa Cooperativo para o Desenvolvimento Agroalimentar e Agroindustrial do Cone Sul), conclui.
Os planos de trabalho a serem estruturados a partir da visita viabilizarão a operacionalização do memorando de entendimento assinado entre a Embrapa e o INTA no ano passado, que aponta como prováveis áreas de interesse entre as partes, sem se limitar a elas, a biotecnologia, engenharia genética e transgênicos, recursos genéticos vegetais e animais, melhoramento genético animal e vegetal, agricultura familiar, sistemas de produção, inteligência estratégica e prospectiva, bioeconomia, pesquisa e transferência de tecnologia para o desenvolvimento, maquinário para agricultura familiar, gestão institucional e comunicação para o desenvolvimento.
Técnica pioneira de reprodução animal despertou o interesse do presidente do INTA
O presidente do INTA demonstrou grande interesse pela técnica recentemente lançada pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, que é pioneira no País: a TIFOI (transferência intrafolicular de ovócitos imaturos). Trata-se de uma biotécnica que apresenta todas as vantagens da fecundação in vitro (FIV) com um benefício adicional: o fato de não precisar de laboratório para ser realizada. Os criadores podem obter os embriões com a mesma rapidez e agilidade da FIV, ou seja, em torno de um bezerro por semana a partir de uma única vaca doadora, sem precisar sair da sua fazenda.
O desenvolvimento da TIFOI na Embrapa resultou no nascimento de três bezerras, que estão na Fazenda Sucupira, campo experimental da Empresa também localizado em Brasília (DF), e cerca de 50 embriões congelados. O sucesso gerou o registro da marca junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
No Banco Genético da Embrapa, Nicora conheceu as pesquisas de conservação de recursos genéticos animais, que têm como foco a preservação de raças de animais domésticos denominadas “locais” ou “naturalizadas”, pois se encontram há séculos no Brasil, muitas desde a época da colonização. Esses animais, que incluem bovinos, suínos, caprinos, ovinos, asininos, bubalinos e equinos, são conservados in situ (em seus habitats) em núcleos de conservação da Embrapa distribuídos por quase todo o Território Nacional e ex situ (fora do local de origem) no Banco Genético da Embrapa.
O pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia mostrou os criobancos, nos quais são conservados sêmens e embriões e o freezer para preservação de DNA. Hoje, o Banco Genético, inaugurado em 2014, possui dois criobancos, mas a capacidade do novo prédio é para oito, com capacidade para manter mais de 700 mil amostras de animais por aproximadamente 30 anos. Em relação ao DNA, hoje o espaço conta com um freezer, mas há espaço para quatro.
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