Skip directly to content

Brasil aumenta volume das exportações em 2015, mas faturamento em dólar é menor

Apesar do volume recorde exportado pelo agronegócio em 2015, com elevação de 15,9%, os preços em dólares recebidos pelos exportadores do setor tiveram redução de mais de 18%, conforme cálculos divulgados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). O câmbio elevou a atratividade dos produtos agrícolas exportados, mesmo com a queda generalizada dos preços em dólar.

Ainda segundo os cálculos do Cepea, no ano passado, quase todos os produtos considerados nos índices de exportação do instituto aumentaram os volumes exportados, como por exemplo, o milho (alta de 40,04%), etanol (+32,05%), e óleo de soja (+27,96%). Por outro lado, outros itens reduziram os embarques em 2015, como a carne bovina (-12,13%) e o açúcar (-0,47%).

A desvalorização do Real, no entanto, proporcionou que a maioria dos produtos acompanhados obtivesse alta de preços internalizados em reais, como é o caso da madeira (15,47%), celulose (12,66%), carne bovina (11,93%), café (11,65%), frutas (10,82%), suco de laranja (9,52%), milho (8,21%) e carne de aves (3,12%). Para os demais produtos, a desvalorização do câmbio não foi suficiente para compensar toda a queda do preço externo.

A China continua sendo o principal destino das exportações dos produtos do agronegócio brasileiro e tem aumentado sua importância como parceira comercial do País nos últimos anos. Em 2015, sua participação foi de 24% nas exportações totais do agronegócio nacional, ante 22,8% em 2014. A soja em grão continua sendo o principal produto das compras chinesas e, em 2015, mais de 70% das vendas brasileiras para a China estiveram concentradas em produtos do grupo cereais/leguminosas e oleaginosas.

Para este ano, os pesquisadores do Cepea avaliam que o cenário deve se manter positivo para as exportações do agronegócio, principalmente em termos de volume. O desempenho favorável vai depender das condições de oferta mundial, do poder aquisitivo de importantes compradores, que devem sofrer com as intermináveis quedas do preço do petróleo, e da intensidade dos eventos climáticos adversos, que podem comprometer parte da produção agropecuária ao longo do ano.

Fonte: Datagro