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NOTA TÉCNICA APROSOJA/MS 001/2022 - Amaranthus palmeri

27/12/2022 - 18:00

 

O Sistema Famasul e a Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS), vêm, por meio desta, reforçar o comunicado da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal do Estado de Mato Grosso do Sul (IAGRO) e da Superintendência Federal de Agricultura do MS, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SFA-MS/MAPA), sobre a detecção da praga quarentenária presente, Amaranthus palmeri, conhecida popularmente como caruru palmeri, no distrito de Porto Caiuá, município de Naviraí, em MS.

A área onde a invasora foi encontrada é de solo arenoso, úmido, com canais de drenagem e localizada nas proximidades do rio Paraná. A identificação da espécie se deu por meio de sequenciamento genético, realizado pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária do MAPA, em Goiânia/GO (LFDA-GO) e apontou similaridade de 99,85%.

Diante da situação, a orientação do Sistema Famasul e da Aprosoja/MS é de que os produtores rurais adotem medidas fitossanitárias para maximizar o controle da praga, como monitoramento quinzenal das áreas de produção, restrição do trânsito de maquinários externos à propriedade rural e desinfestação de maquinários após utilização em talhões com presença da invasora. Em caso de caruru resistente à ação de herbicidas, o produtor deve ensacar a planta antes do arranque, a fim de evitar a dispersão de sementes e promover a incineração do material vegetal.

Conheça mais sobre o Amaranthus palmeri:

Histórico: nativa do centro-sul dos Estados Unidos e norte do México, a planta foi detectada pela primeira vez no Brasil no ano de 2015, em áreas algodoeiras, no meio norte do estado de Mato Grosso, com ocorrência justificada pelo transporte de maquinários oriundos da Argentina.

Caracterização: uma planta eudicotiledônea, dioica, resistente a herbicidas com diferentes mecanismos de ação e muito agressiva, podendo crescer até 4 centímetros por dia em condições propícias. A produção de sementes pequenas lisas, arredondadas ou em forma de disco, de coloração marrom-avermelhadas a pretas pode variar de 80 a 250 mil por planta.

Identificação: folhas com formato que variam de ovada a rômbico-ovadas; ausência de pilosidade em qualquer estrutura; folhas com distribuição simétrica em torno do caule no início do desenvolvimento; folhas com presença de marca esbranquiçadas no formato de “V” invertido; presença de um pelo na extremidade foliar; inflorescência que chega a mais de 60 cm; raízes profundas e caules grossos.

Manejo: controle integrado de pragas, abrangendo rotação de culturas e mecanismos de ação; utilização de plantas de cobertura; arranquio manual; monitoramento de áreas, principalmente em locais próximos a canais de irrigação e beira de estrada; desinfecção de maquinários e quando necessário, adoção cautelosa de herbicidas com diferentes mecanismos de ação, em pré e pós-emergência. O controle eficiente deve ocorrer também na entressafra, buscando a eliminação das plantas antes do florescimento, além disso, é essencial que a semeadura deve ocorrer em área livre da invasora.

Sobre o tratamento químico, vale ressaltar que, tanto na pré como pós-emergência a eficiência está relacionada à sensibilidade da espécie ao ingrediente ativo, dose utilizada, estádio da planta no momento da aplicação, quantidade de calda retida pelas folhas e densidade de plantas por área.

No Brasil, além do caruru palmeri, há ocorrência de outras espécies do gênero Amaranthus, como A. hybridus var. paniculatus (caruru branco), A. hybridus var. patulus (caruru-roxo), A. retroflexus (caruru gigante), A. deflexus (caruru-rasteiro), A. viridis (caruru-de-mancha) e A. spinosus (caruru-de-espinho), o que pode dificultar a identificação precisa da espécie, uma vez que algumas características são comuns entre as plantas. Por isso, é fundamental que o produtor comunique o técnico responsável pela área. 

A Famasul e a Aprosoja/MS salientam que planta lidera a lista do MAPA de pragas com maior risco fitossanitário para o Brasil, sendo caracterizada como uma daninha exótica, de rápido desenvolvimento e com elevado potencial para redução da produtividade de soja, milho e algodão, podendo atingir até 90%. Além disso, a planta pode realizar o cruzamento com outras espécies do gênero, até mesmo com transferência de genes de resistência aos herbicidas.

Com isso, as instituições reforçam a importância da adoção das medidas fitossanitárias, bem como da comunicação da detecção da planta à autoridade sanitária estadual, a IAGRO, por meio do 0800 647 2788 ou e-mail ddsv@iagro.ms.gov. A notificação também pode ser feita ao órgão representante do MAPA, pelo contato (67) 3041-9331.

Mais informações podem ser obtidas em nossas redes sociais, no portal da IAGRO ou pelos links https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/159778/1/Doc-384-OL.pdf

https://imamt.org.br/wp-content/uploads/2019/03/circular_tecnica_edicao30_bx.pdf

Campo Grande/MS, 26 de dezembro de 2022.

MARCELO BERTONI

Presidente Famasul

ANDRÉ DOBASHI

Presidente Aprosoja/MS