Estiagem: Safra de soja em MS tem redução de 35% na produção
Agricultores de Mato Grosso do Sul foram mais uma vez prejudicados pela estiagem e o resultado foi uma colheita inferior à safra passada. Segundo a Associação dos Produtores de Soja e Milho – Aprosoja/MS, a queda em relação ao ciclo 2020/2021 foi de 35%, chegando a 8,7 milhões de toneladas. Os dados foram divulgados esta semana e entregues ao novo ministro da agricultura, Marcos Montes, a fim de viabilizar alternativas quanto ao seguro rural, para agricultores que sofrem com as intempéries, de forma frequente.
Segundo o presidente da Aprosoja/MS, André Dobashi, a principal área atingida foi justamente a que destina maior área à produção de grãos. “Verificamos que o impacto da estiagem foi característico de um ano de La Niña, que aconteceu no Brasil inteiro. A região Sul do estado, que concentra 62% da área destinada ao cultivo de soja, foi a mais afetada, e chegou a uma produtividade média de 27,8 sacas por hectare”.
De acordo com a Associação a região Norte, que chegou a uma produtividade interessante, de 71,1 sacas por hectare, concentra uma área restrita de produção. “A região norte teve um clima de bastante chuva. Alguns produtores chegaram a reclamar de excesso, mas acabaram tendo um resultado mais interessante, apesar de concentrarem apenas 15% da área semeada”, explicou Dobashi.
Sobre a região Centro, o resultado foi de 46,67 sacas por hectare. A região concentra 21,7% da área destinada ao cultivo de soja.
O programa SIGA – Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio, que monitora as safras com apoio do Sistema Famasul e Semagro, aponta que na média estadual, Mato Grosso do Sul teve um incremento de área destinada à oleaginosa equivalente a 6,2%, chegando à safra 2021/2022 com 3,7 milhões de hectares. Já a produtividade caiu 38,5% em relação ao ciclo 2020/2021, chegando a 38,6 sacas por hectare.
Nos últimos dois ciclos 2019/2020 e 2020/2021 a safra de soja em MS registrou médias de produtividade de 55,7 e 62,84 sacas por hectare, respectivamente. Essas médias foram inviabilizada por intempéries climáticas neste ano.
Os agricultores agora torcem para o bom desempenho do milho segunda safra, para que consigam arcar com os compromissos firmados, e amenizem os prejuízos já calculados por eles.
Diego Silva / Agro Agência