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Agricultor Brasileiro: um dos motores da economia brasileira

Produção do milho safrinha em Mato Grosso do Sul deve crescer 41,7% dentro de 10 anos, passando de 8,543 milhões de toneladas para 12,109 milhões de toneladas, enquanto a área de plantio do cereal no Estado terá aumento de 33,9%, avançando de 1,568 milhão para 2,100 milhões de hectares. Os dados, que colocam MS como o segundo em crescimento dessa cultura para o período, dentro de uma lista de nove estados produtores, são do estudo “Projeções do Agronegócio – Brasil 2013/2014 a 2023/2024 – Projeções de Longo Prazo”, divulgado na última semana pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Para analistas ouvidos pelo Correio do Estado, são grandes as possibilidades de que o Estado confirme a publicação do Mapa e torne-se destaque em produção de milho na próxima década, considerando o retrospecto das cinco últimas supersafras anteriores. No entanto, as condições do cenário futuro dividem opiniões.

“Primeiro, operamos num País onde não se sabe o que vai acontecer com a economia amanhã; em segundo lugar, estamos falando de agricultura, que é uma fábrica, um mercado a céu aberto e uma atividade de alto risco climático. Se algo acontece, uma geada quebra de 20% a 30% da produção, o produtor certamente perde o fôlego para investir”, alerta a analista de grãos da Rural Business Consultoria, Tânia Tozzi. A data, que foi criada por meio do Decreto de Lei nº 48.630, em julho de 1960, para comemorar o os 100 anos da fundação do Ministério da Agricultura, homenageia os profissionais que trabalham com o cultivo de produtos da terra. O agricultor é um dos principais motores da economia nacional, responsável por produzir alguns dos bens essenciais para o sustento do país.

A agricultura permanece, ano a ano, como uma das principais bases da economia do Brasil, desde os primórdios da colonização até os dias atuais. A atividade faz parte do setor primário onde a terra é cultivada e colhida para subsistência, exportação ou comércio, além disso, o Brasil é um país com vocação para produção de alimentos e por estar entre os maiores produtores do planeta, possui uma grande demanda por profissionais ligados ao setor agrícola.

De acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Agricultura, o Brasil investe mais no campo para alavancar a produção de alimentos. Para o ciclo 2015/16, o Governo Federal e o Mapa destinaram mais de R$ 180 bilhões em crédito para o campo, por meio do Plano Agrícola e Pecuário.

O Plano Safra garante um volume ainda maior de recursos que nos anos anteriores, com especial atenção ao custeio e à comercialização da safra e ao fortalecimento do médio produtor rural. São investimentos estratégicos para que o País possa continuar aumentando a sua produção e garantindo a oferta de alimentos de qualidade, com preço justo, para todos.

Estes dados comprovam a importância do setor e do agricultor brasileiro, que atualmente conseguem puxar a economia de forma positiva.

O produtor rural de Goiás, Ricardo Barbaresco Pereira conta que é a segunda geração de uma família de produtores agrícolas. “Meu pai começou com arroz na década de oitenta primeiramente na fazenda de Anápolis. Neste meio tempo, também tivemos milho irrigado, pecuária e no final dos anos oitenta, iniciamos a produção de soja, vindo do sul do país”. O produtor e agricultor ainda ressalta o avanço da soja, que na década de oitenta eram colhidas de 35 a 40 sacas. Depois de 30 anos, com a utilização de maquinários mais eficientes e novas tecnologias de plantio, produzimos mais e melhor, alcançando até 70 sacas na colheita.

“Iniciamos na década de oitenta com o plantio convencional e hoje utilizamos o plantio direto. Com a tecnologia hoje, utilizamos todos os recursos disponíveis para a melhor utilização dos equipamentos, aumento na produtividade e eficiência operacional. Um exemplo disso é a utilização de orientação por GPS na hora da pulverização, via piloto automático. É importante sempre buscar novas tecnologias que auxiliem e aumentem a produtividade no campo. Um exemplo disso é que neste ano, pela primeira vez, optamos por utilizar um avião para jogar semente de capim para fortalecer a palhada, a matéria orgânica do solo e cobertura do terreno”, declara o produtor que possui propriedade em quatro municípios goianos.

Os agricultores vem demonstrando que a partir das suas experiências, a melhoria da qualidade de vida vem acontecendo no campo. Estão desenvolvendo estratégias e o uso de tecnologias que permitem melhores resultados.

Mulher no campo

Bibiana Pimenta Peixoto de Barros, 29 anos, agricultora e produtora rural na Fazenda Açoita- Cavalo Rincão da Nova Estrela, em Júlio de Castilhos, no Rio Grande do Sul, resume o amor pela produção agrícola ao afirmar que “tem o verde do campo nos olhos”. Essa é a frase favorita da jovem agricultora, que também atua na Comissão de Jovens Empresários Rurais da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul).

De acordo com Bibiana, a agricultura é uma empresa sem telhado, pois dependemos de algo independe de nós como o clima, por exemplo. Um dos grandes desafios da agricultura será o de transformar o conhecimento em rentabilidade para alimentar o mundo. Nos próximos 40 anos, será preciso produzir a mesma quantidade de alimentos que produzimos nos últimos 12 mil anos. O que deverá ser feito com qualidade e otimizando os recursos naturais.

Para isso, Bibiana Pimenta Peixoto de Barros ressalta que devemos estar preparados. “Nosso principal desafio é manter a mão de obra qualificada no campo, para isso, estamos tentando fazer a empregabilidade familiar, que nada mais é do que inserir os demais familiares dos empregados no trabalho da lavoura” afirma.

A Fazenda Açoita- Cavalo Rincão da Nova Estrela foi herdada e se tornou palco agradável para Bibiana e a mãe aproveitarem a rotina diária no meio rural. Em 2014, com o Troféu Senar em mãos, a jovem agricultura destacou a importância do setor primário para garantir o crescimento da economia brasileira. “A mulher, hoje, está se destacando no setor rural pelo próprio instinto materno que possui, pela fibra e pela coragem. Ela consegue pensar na casa, na família, na saúde, beleza e no trabalho ao mesmo tempo. A mulher consegue usar o seu carisma e afeto e ainda têm uma visão sistêmica de todos os processos, o que lhe garante maior capacidade para gerenciamento. Quando se tem amor e paixão ao que os resultados vêm naturalmente”, concluiu.

Fonte: Agrolink