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Afetada pelo financeiro, soja tem forte queda e fica abaixo de US$ 9 por bushel

Afetados pela movimentação do mercado financeiro em mais um dia de preocupações dos investidores com a situação da economia da China, os contratos de soja na bolsa de Chicago fecharam com forte queda. O fechamento desta segunda-feira (24/8) levou a cotação do grão para níveis abaixo dos US$ 9 por bushel (27,2 quilos).

Principal demandante global de soja, a China teve mais um dia negativo em seu mercado financeiro. A Bolsa de Valores de Xangai encerrou o dia com queda de 8,5%. O movimento contaminou os mercados globais, influenciando também as cotações internacionais de commodities agrícolas.

O contrato de soja em grão para setembro de 2015 foi cotado a US$ 8,92 por bushel, queda de US$ 0,124 cents. Na máxima do dia, o papel chegou a ser negociado a US$ 9,06 e, na mínima, a US$ 8,74. O vencimento de março de 2016, que serve de referência para o produtor rural de Mato Grosso, encerrou o dia cotado a US$ 8,76 (-US$ 0,17), chegando a US$ 8,91 na máxima e US$ 8,58 na mínima do dia.

“O mercado foi extremamente jogado pelos financeiros, que entrelaçam tudo. A queda da bolsa de China não tem nada a ver”, avalia o consultor Liones Severo. Para ele, a movimentação do capital especulativo levou o preço da soja a um nível que está descolado dos fundamentos de oferta e demanda pelo grão. “O capital especulativo está dominando e é irracional”, acrescenta.

Sobre a demanda chinesa por soja, Severo afirma que se mantém forte. Ele argumenta que os volumes exportados por Estados Unidos e Brasil estão maiores que os do ano passado. No caso brasileiro, de acordo com o Ministério da Agricultura (Mapa), de janeiro a julho deste ano, a quantidade embarcada somou 40,69 milhões de toneladas, 7,5% a mais que no mesmo período no ano passado (37,85 milhões).

“O maior destino desses volumes é o mercado chinês. A China comprou muita soja e continua comprando. As importações chinesas neste ano são recorde”, destaca o consultor. Liones Severo lembra ainda que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) prevê que a safra 2015/2016 do país será de 106,59 milhões de toneladas, menos que o estimado para o ciclo 2014/2015 (108,01 milhões de toneladas).

Ele ainda faz ressalvas à tese de que a safra 2015/2016 será de grandes estoques da oleaginosa, apesar do USDA estimar uma elevação de seis milhões de toneladas em nível global (de 80,57 para 86,88 milhões de toneladas). Severo destaca que, além da projeção de safra norte-americana menor, o novo ciclo da América do Sul ainda não começou a ser plantado, situação que ainda traz incerteza.

Milho e trigo

Diferente da soja, o milho teve alta nesta segunda-feira. O contrato para setembro de 2015 em Chicago ajustou para US$ 3,68 por bushel (25,4 quilos), valorização de US$ 0,034. Dezembro de 2015 fechou em US$ 3,80 por bushel (+US$ 0,032) e março de 2016 a US$ 3,91 (+US$ 0,03).

O preço do trigo também registrou ganhos na bolsa norte-americana. Setembro de 2015 fechou a US$ 5,03 por bushel (+US$ 0,036). Dezembro de 2015 foi cotado a US$ 5,08 (+US$ 0,04) e Março de 2016 a US$ 5,12 por bushel (+US$ 0,044).

Fonte: Revista Globo Rural