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A pujança do agro, apesar do caos nos portos

“Eu posso levar produtos como a soja e o milho de caminhão, trem ou até burro. Se não tiver um porto, no entanto, nada sai do país.” Os comentários, fortes, mas jamais desprovidos de esperança, são de Luiz Antonio Fayet, economista e consultor em logística há mais de 15 anos, e foram feitos durante o 4º Fórum Caminhos da Safra, promovido pela revista Globo Rural em parceria com a Scania e a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), nesta terça-feira (15/9) na cidade de São Paulo.

A logística no Brasil continua precária. Estradas esburacadas, ferrovias que não saem do projeto. Os portos, no entanto, são  os maiores fantasmas de Fayet. “O cenário continua igual: dentro da porteira, muita competência e emprego de alta tecnologia. Fora, o caos.”
Do alto de seus 78 anos de idade, Fayet continua otimista. Ele anda por todos os cantos do Brasil. “O agronegócio no país é muito poderoso. Grãos como soja, milho, algodão e outros, pecuária de ponta e agora a avicultura - que cresce aceleradamente -, conseguem vencer esses obstáculos e nos torna mundialmente competitivos”, ressalta ele. “Somos os segundo maiores exportadores. Pode escrever: em breve seremos os primeiros.”

O desempenho positivo tem um preço, afirma Fayet. O transporte de soja, por exemplo, de Sorriso (MT), a Paranaguá (PR), custa US$ 126 a tonelada. Se houvesse saída para o porto de Miritituba (PA), ou Belém (PA), sairia a um custo de R$ 80 por tonelada. “O ganho seria de US$ 46 por tonelada.” Segundo o economista, os custos para transportar os grãos em países como EUA e Argentina são quatro vezes menores.

O “apagão portuário” vivido pelo Brasil faz com que 64 milhões de toneladas de soja “vindos lá de cima (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás)”, sejam embarcadas nos portos do Sudeste e Sul do país. “É muito, metade da movimentação total das mercadorias embarcadas a cada ano no porto paulista.”

Ele atribui a toda a cadeia produtiva o êxito do agronegócio. Destaca, no entanto, o esforço dos produtores.

Fonte: Revista Globo Rural / Foto: Paulo Roberto